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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

8 HORAS NA URGÊNCIA DOS HUC

Por vezes temos contacto com o chamado "país profundo".
Nada de radical,mas uma visão séria é-nos dada na permanência,durante algumas horas,numa urgência hospitalar(neste caso,os HUC).
Fui para lá por decisão própria e não numa qualquer situação de emergência(o que já me tinha acontecido,anos antes).
Eu sabia que,mais dia menos dia,iria passar por ali.
Por isso,resolvi deixar as coisas preparadas na retaguarda e avançar para obter a saúde possível(tinha previsto,inclusivamente,ficar internado).
Comecei,após a inscrição,pela passagem pelo Gabinete de Triagem,onde me seria uma prioridade de atendimento,para o meu caso.


Foi-me atribuída uma pulseira laranja.
A partir daí é que entrei verdadeiramente na URGÊNCIA.
Uma confusão que não passa pela cabeça de ninguém.
As equipes de saúde fazem verdadeiros milagres em condições semelhantes às de um teatro de guerra.
E todo aquele pessoal,semelhante a deuses,tem uma palavra de simpatia,esforça-se por tratar os doentes pelo nome,gere uma confusão organizada com grande competência.Atende doentes em qualquer sítio,porque não há macas nem cadeiras de rodas para todos.
Por vezes,aparecem macas com doentes com as mais variadas maleitas e os pacientes parece que "nascem" como cogumelos.Aquela equipe não tem reforços,não tem pausas,não tem descanso.
E trata da nossa saúde.
Há doentes que,para além de estarem doentes,são mal-educados e soltam impropérios da boca para fora,com linguagem semelhante à dos velhos carroceiros.
Nem com estes a equipe vacila.
Basta lá estar um tempinho para perceber porque defendemos o SNS e o temos no cimo de qualquer dos serviços que o Estado nos presta.
Homens e mulheres,de muito valor humano,cuidam da nossa saúde por um salário miserável e em condições de trabalho mais parecidas com as do 3ºmundo(Coimbra,caital da saúde?Só para rir!).
Tem médicos/as,enfermeiros/as,técnicos/as,auxiliares,etc. que,profissional e humanamente,são do melhor que há.
Obrigado a todos.

RUI LUCAS

3 Comentários:

Blogger Manuela Curado disse...

O HUC é dado como um caso de referência.

Espero que melhor para benefício da população de Coimbra e para ensinamento de outros...que MUITO PRECISAM.

6:13 da tarde  
Blogger Chico Torreira disse...

Antes de tudo, os meus votos de que estejas de boa saúde. Pelo que conheço do passado, tenha essa ideia do pessoal nos nossos hospitais, se bem que haja os seus erros como no meu tempo descobri um. Mas um, não mais e esse erro é porque não deixam entrar as pessoas no hospital como aqui, pois entramos no hospital durante todo o dia excepto nos cuidados intensivos. Podemos visitar quem quisermos até às vinte horas e mesmo depois, se tivermos alguém que queiramos ver e tenhamos estado impedidos de o fazer mais cedo como trabalho, etc. Já lá passei noites e sei como é. Assim não acontecia haver uma enfermeira na enfermaria dos que tinham saído dos cuidados intensivos a ler um livro nos HUC, sem ligar nenhuma à campainha de ugência de uma doente e à algazarra que os doentes ao lado estavam a fazer de propósito, para que alguém a socorresse. Só que eu entrava no hospital antigo a qualquer hora do dia ou da noite como muitos mais e fui a correr chamar a enfermeira para dar com ela a ler um livro enquanto a campaínha mesmo ao pé, tocava. Enfim, pelo que vi foi um caso para confirmar a regra. O pessoal é excelente. O que acabo de ler deste teu comentário fez-me pensar ao que se passa por estes lados. Depois de terem enviado para a reforma 15.000 funcionários públicos incluindo o pessoal de saúde, é gritante a falta de médicos e enfermeiros, isto tudo numa medicina socicalizada. Além disso, fecharam sete hospitais. Resultado, o pessoal está como aí, e que pessoal; assim como a clientela....
Quanto ao tratamento entre as pessoas, os médicos muito educados com os doentes.Um grande número dos doentes a trataremo médico por tu sem o conhecerem. De uma das vezes que estive internado, havia lá um grupo de velhinhas, das quais no meio havia uma em cadeira de rodas que tratava as enfermeiras pior que escravas. Nunca pensei. As enfermeiras ao passarem, pulham-lhe o braço à vota do pescoço e beijavam-na. Que lição. Quanto ao trabalho com as macas, etc, é a mesma situação. De vez em quando, há um que morre nos corredores porque o pessoal não tem tempo para tudo.
Com um pé torcido nos buracos das ruas daqui, evitei de ir ao hospital pois a espera era de nove horas no dia anterior. Os médias vão-nos informando de tudo no momento. A minha mulher já lá passou seis horas na espera do hospital para crianças com a minha filha, há uns anos largos.
Quando a este serviço de saúde que era considerada o melhor do mundo, também houve o reverso da medalha. Havia meninos(as) que tinham dinheiro para vir a Montreal a um jogo de hoquei, cinema, teatro, opera, etc. e para não pagarem hotel, no fim iam para o hospital com uma "gripe". Passavam a noitinha deitados e de manhã partiam pois ninguém os pode obrigar a aceitarem o tratamento prescrito pelo médico. Ainda não há mais de um ano, um jornalista de inquérito foi desmascarar um que estava deitado numa cama.
Com os velhos, era a mesmo mesmo problema. Os filhos queriam ir de férias e lá iam deixar o velhinho(a) no hospital. Os pais aos dezoito anos tinham-nos posto fora de casa para serem independentes e eles tinham aprendido. Hoje, já há muito filho que fica em casa até mais tarde.
Enfim, a vida é um dinâmica constante.

3:17 da tarde  
Blogger calhabécirculação disse...

Gaita, não é que me deu agora uma dor no pescoço!

10:30 da tarde  

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