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terça-feira, 30 de novembro de 2010

FERNANDO ASSIS PACHECO - Poeta, Escritor e Jornalista

FERNANDO ASSIS PACHECO - Poeta, Escritor e Jornalista, faleceu ha 15 Anos
Fernando Santiago Mendes de Assis Pacheco, nasceu em Coimbra no dia 1 de Fevereiro de 1937 e faleceu em Lisboa a 30 de Novembro de 1995. Notabilizou-se como jornalista, crítico , tradutor e escritor . Filho de pai médico e de mãe doméstica , licenciou-se em Filologia Germânica pela Universidade de Coimbra, tendo vivido nesta cidade até que foi chamado para o serviço militar em 1961 Desde muito jovem se interessou pelas artes e letras, foi actor de teatro (TEUC e CITAC) e redactor da revista Vértice, o que lhe permitiu privar de perto com o poeta neo-realista Joaquim Namorado e com poetas da sua geração, como Manuel Alegre e José Carlos de Vasconcelos. Publicou a primeira obra em Coimbra, com o patrocínio paterno, “Cuidar dos Vivos” , livro estreia, com poemas de protesto político e cívico, com afloramento dos temas da morte e do amor. Em apêndice, dois poemas sobre a guerra em Angola, que terão sido dos primeiros publicados sobre este conflito. O tema da guerra em África voltaria a impor-se em Câu Kiên: Um Resumo (1972), ainda que sob "camuflagem vietnamita", livro que em 1976 conheceria a sua versão definitiva: Katalabanza, Kilolo e Volta.
Memória do Contencioso (1980) reúne "folhetos" publicados entre 1972 e 1980, e Variações em Sousa (1987) constitui um regresso aos temas da infância e da adolescência, com Coimbra como cenário, e refinando uma veia jocosa e satírica já visível nos poemas inaugurais. A novela Walt (1978) comprova-o exuberantemente.
Era notável em Assis Pacheco a sua larga cultura galega (origens do avô), sobejamente explanada em alguns dos seus textos jornalísticos e no seu livro Trabalhos e Paixões de Benito Prada. Em 1991 publica a “A Musa Irregular” em que reuniu toda a sua produção poética. Nunca conheceu outra profissão que não fosse o jornalismo: deixou a sua marca de grande repórter no Diário de Lisboa, no jornal A República, no JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, no Musicalíssimo e no Se7e, onde foi director-adjunto.
Foi também redactor e chefe de Redacção de O Jornal, semanário onde durante dez anos exerceu crítica literária, tendo sido também colaborador da RTP. Entre os seus poemas destacam-se dois, Última Tesão e Nini dos meus Quinze Anos, este último musicado e cantado por Paulo de Carvalho. Fui um dia apresentado a Fernando Assis Pacheco, por um amigo jornalista que lhe informou quem era o meu avô, confidenciou-me que para ele havia dois tipos de Fado: — O outro e o de Marceneiro. Penso que nunca escreveu nenhum Fado, mas podia ter escrito, tinha “Alma” para tal. Escreveu um poema bem popular que já referi “Nini dos meus Quinze Anos”, mas que nas suas biografias, nem sequer é referido… Porque será? Se calhar até escreveu alguns Fados… Quem sabe se também foram ignorados!
De Vitor Marceneiro

Nini dos Meus Quinze Anos

PAULO DE CARVALHO

Chamava-se Nini

Vestia de organdi
E dançava (dançava)
Dançava só p´ra mim
Uma dança sem fim
E eu olhava (olhava)

E desde então se lembro o seu olhar
É só p´ra recordar
Que lá no baile não havia outro igual
E eu ia para o bar
Beber e suspirar
Pensar que tanto amor ainda acabava mal

Batia o coração mais forte que a canção
E eu dançava (dançava)
Sentia uma aflição
izer que sim, que não
E eu dançava (dançava)

E desde então se lembro o seu olhar
É só p´ra recordar
Os quinze anos e o meu primeiro amor
Foi tempo de crescer
Foi tempo de aprender
Toda a ternura que tem o primeiro amor
Foi tempo de crescer
Foi tempo de aprender
Que a vida passa
Mas um homem se recorda sempre assim
Nini dançava só p´ra mim

E desde então se lembro o seu olhar
É só p´ra recordar
Os quinze anos e o meu primeiro amor
Foi tempo de crescer
Foi tempo de aprender
Toda a ternura que tem o primeiro amor
Foi tempo de crescer
Foi tempo de aprender
Que a vida passa
Mas um homem se recorda, é sempre assim
Nini dançava só p´ra mim

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1 Comentários:

Blogger RI-RI disse...

Colaborações esparsas no suplemento humorístico " A Mosca", aos sábados no "Diário de Lisboa!
Dirigido (?) por Luis Infante de Lacerda Sttau Monteiro.
Belas estórias de Lótus Elan!
Enfim... Vidas...

9:35 da tarde  

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