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domingo, 29 de novembro de 2009

Eu era pequenito....Ainda a proposito da violencia domestica

Era pequenito, estava com o triciclo aonde hoje está o cimento a seguir ao passeio em frente da casa que veio a ser do Sr. Nunes, ao lado de um polícia que até conversava connosco, quando passou um casal que habitava nas casa velhas ao cimo do monte, pois nessa altura ainda não era Cavalo Selvagem, e o marido ia a bater na mulher. Criança, perguntei ao polícia porque não prendia o homem? – Disse-me que não podia pois era um problema de casal e os seus superiores não o deixavam meter-se entre marido e mulher. Ainda hoje me lembro.

Problemas destes existe infelizmente em quase todos os países do mundo. Não falando das mulheres que também sofrem o martírio de viverem com maridos manipuladores, que lhes gastam a saúde dia a dia e dos quais não há provas. Nem falemos na India aonde as mulheres são queimadas pelos maridos com ácido de bateria por não terem mais dote para continuar a dar, ou que são postas fora de casa a quando da morte do marido pois não foram capazes de defender a alma dele. São aos milhares, as mulheres que vão acabar a vida em mosteiros abandonados, a comerem de vez em quando. E o caso das mulheres linchadas em certos países africanos que nem uma palavra de amor conheceram na vida. Ouvi uma mulher virar-se para a entrevistadora a dizer que era feliz e quando se sentiu mas em confiança disse-lhe que nunca teve felicidade, nem dez minutos na vida . O que acontece com as nossas crianças que nem se queixar sabem, pois na prática ainda tentam esconder os seus carrascos derivado à forma como foram educados. Nem conhecem outras pessoas e têm medo do que lhes possa acontecer depois! E os casos de velhinhos nos diferentes lar expoliados pelas próprias famílias?

Tive o previlégio de ver teatro com profissionais sobre homens manipuladores. É terrível, pois uma pessoa está a ver que é aquilo mesmo e o resultado que vai dar.

Também dois polícias que contactavam os lares de terceira idade, ao fim de um tempo de serviço, começaram a ter a consciência de que havia sérios problemas. Como em jovens tinham feito teatro amador, pediram autorização para nos lares fazerem peças de velhos expoliados pela família. Aproveitaram e levavam colegas com eles para irem tomando nota dos internos que apresentassem queixa e garantirem-lhe segurança próxima. Ao fim de dois anos tiveram de ser substituídos por actores profissionais, uma vez que eles já estavam a viver o que transmitiam. Só que ainda há pouco tempo se apresentavam uns dois a três residentes por semana no fim de cada espectáculo, pois essa praga não acaba. Quase sempre são os filhos e os conjugues dos filhos, se forem casados.

Nos três casos a pobreza, a droga, o vinho e a ausência de humanidade, andam por vezes também associados.
Se no caso das crianças é diferente, no caso dos adultos a polícia pouco pode fazer pois são maiores e a maior parte das vezes, de tão dominados estarem, nem seguem com a apresentação da queixa. É a insegurança total.

É certo que ficaria caríssimo mas se apresentassem peças dessa natureza durante uns meses na televisão generalista, o mundo andaria melhor pois pude apreciar que as pessoas quando confrontadas com o que fazem, mudam imenso, uma vez que antes nem se apercebem nem pensam nas consequências.
É certo que o contrário também existe e quase sempre de forma extrema, só que a percentagem de mulheres que actuam de forma criminosa, é mínima.
Neste momento estão a obrigar os criminosos a usarem pulseiras eléctrónicas e pensam na possibilida de convidarem a agredida a fazer o mesmo pois com GPS, podem saber se o criminoso se está a aproximar perigosamente da sua presa e a polícia pode assim actuar antes de actos praticados. Parece que já é utilizado em alguns países.
Uma coisa é certa: nem tudo está perdido. Há quarenta anos, em cada quarenta mulheres batidas, uma apresentava queixa. Hoje, em cada quarenta mulheres batidas, dezassete apresentam queixa. Haja esperança.

Que a Carla esteja em Paz.

Dum comentario do
Chico Torreira

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1 Comentários:

Blogger celeste maria disse...

É bem assim,infelizmente.
Agora estes dramas são anunciados,ainda bem,mas sempre os houve.
Parece impossível como a formação cívica se mantém!
Quantas gerações terão de passar?!
Um texto que vem salientar os casos que,ultimamente,têm ocorrido por cá.

8:35 da tarde  

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