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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Historias de Coimbra - as estorias do Margaças

O Margaças era um tipo meio maluco, de engenharia informática, que conhecemos por ser amigo de infância do Marralheiro. Também era do concelho do Carregal do Sal, mas, ao contrário do Marralheiro, não vinha da sede de concelho, vinha de Cabanas de Viriato. Era um gajo porreiro, mas quando bebia ficava completamente transtornado, não sabia o que fazia. Certa vez, com a bebedeira, pôs-se a correr na beira do depósito de água dos Olivais, na altura em que o pessoal andava com a mania de lá ir a cima (eu não, pois tenho vertigens e não era capaz). Outra vez, com a bebedeira, e sendo caloiro, lembrou-se de dizer que queria rapar e praxar caloiros; estávamos à porta do café Madeira e ia um velhote a passar; logo o Margaças o agarrou pelo braço (sem ser à bruta) e lhe perguntou: “O Sr. é caloiro?”; resposta do senhor: “Eu? Eu já sou velhote…”.
Mas as melhores (ou piores) do Margaças, foram outras.
O Margaças era muitas vezes convidado para as nossas Festas do Litro Y Meio, e ia sempre que podia. Certa vez, já com uma bebedeira monstra, deu-lhe para saltar para o telhado da vizinha do lado e pôr-se a correr pelo telhado fora; a mulher veio cá fora e desatou a berrar com ele e a dizer que ia fazer queixa à minha avó (que era a senhoria), que já não bastava estarmos sempre a vomitar para o telhado dela... Naquele dia a festa acabou e fomos logo todos embora dali o mais depressa possível. Passados dois ou três dias (para não levantar suspeitas), fui a casa da senhora, perguntar-lhe se ela tinha ouvido ali barulho nos últimos tempos; a mulher começou a mandar vir, a dizer que não havia direito de se porem a correr em cima do telhado dela, que ia fazer queixa ao meu pai e à minha avó, e o diabo a sete; fiz-me surpreendido, chocado mesmo com o que se passara; disse-lhe que já não ia ali há algum tempo e que, naquele dia, tinha lá ido e me tinha deparado com a porta arrombada, com a casa cheia de garrafas vazias, que alguém devia ter entrado pelo muro, me tinha arrombado a porta e que tinha entrado lá em casa só fazendo porcaria, mas nem me tinha passado pela cabeça que lhe tinham saltado para o telhado; a velhota acreditou em mim, pediu-me desculpa e acabou por não fazer queixa a ninguém!

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Zé Carioca - Uma relíquia



Este filme é aquele em que o Pato Donald é apresentado ao recém criado (pelo genial Disney) Zé Carioca e às atracções da Cidade Maravilhosa.
Apesar da genialidade do vídeo, poucos de nós pudemos vê-lo, devido à reclamação de direitos de autor da Disney à
ALMACARIOCA, produtora do filme.
Esta maravilha foi criada na década de 50, à mão, sem uso de computadores, cheios dos recursos que hoje se têm à disposição.

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BELOS CAVALINHOS

CRÓNICA DE FÉRIAS


Este tempo de finais de Agosto parece ter sido feito de encomenda para o veraneante que gosta de gozar as delícias do mar. E de manhã lá vou eu, rumo à Praia de Porto de Mós, a minha praia preferida. Com apreensão, vejo os hotéis e apartamentos que ameaçam engolir a falésia. Mas eu insisto. E a custo, lá vou percorrendo a distância entre o carro e o areal. Sim, a custo, porque levo comigo o chapéu-de-sol, as cadeiras, o saco das toalhas e bronzeadores, para além do “Correio da Manhã”, com o resumo de todos os assaltos, tiros e facadas que se deram no País e Regiões Autónomas no dia anterior. Uma espécie de jornal do “Crime” mais aburguesado.
Depois de um retemperador banho de mar, sento-me numa cadeira e vou apreciando o espectáculo que circula perante os meus olhos. Passa um homem barrigudo e pequenino com a sua “t-shirt” com os dizeres “Made in U.S.A.”. Outro com uma camisola verde que diz “Pingo Doce”, e nas costas “preços d’arrasar”. Um rapaz novo, com um polvo tatuado numa perna e um brinco em cada orelha. Traz uma “t-shirt” com a frase “Se já fez sexo sorria”. Uma criança, que de balde e pá, faz diligentemente um castelo na areia. Azar. Veio uma onda impertinente e destruiu o castelo laboriosamente edificado. Chora com a boca toda aberta e o avô apressa-se a reconstruir a fortaleza. São horas de almoço. Sobranceiro ao mar, o restaurante “O António” tem para oferecer muitas qualidades de peixe. Escalado é o meu preferido. Olho em volta e não deixo de ficar perplexo. Naquela que é uma zona de peixe fresco, há quem prefira “pizzas”, esparguete à Bolonhesa ou carne de porco à Alentejana. Pizzas até se comem em Fornos de Algodres. Mas peixe só se for congelado. Mas há gostos para tudo. Até para comida de plástico….
No fim de tarde vou até à baixa de Lagos. Passo pela Praça Gil Eanes. Muitos reformados sentam-se nos bancos ali existentes. A um canto, um jovem de chapéu na cabeça esganiça-se a entoar uma canção do velho Oeste americano. A seus pés uma pequena lata, onde repousam algumas parcas moedas deixadas ali por transeuntes. Ao lado, o “homem de lama” faz de estátua. No centro da praça Dom Sebastião, o “Rei-Menino”, vai observando na sua carapaça de pedra em jeito de armadura, os movimentos dos veraneantes.
Subo então a Rua Infante de Sagres e entro no café “O Mimo”, do meu amigo Zé Manel, o café mais democrático de Portugal. Enquanto vai passando por mim com três cervejas na bandeja vai-me dizendo:…Ó Quito dá aí um “corneto” a esse puto
De cabeça mergulho na arca frigorífica e tenho o meu momento de glória. Depois de muito vasculhar encontro o requerido gelado. Com um sorriso, a fazer as honras da casa, dou um “corneto” de morango ao miúdo que me diz com um ar impaciente a roçar a má de educação: …não é desses que eu quero, é um ” corneto” de chocolate…Fico capaz de o engolir vivo, mas tenho o meu segundo momento de gloria…encontro o dito gelado de chocolate. O miúdo olha-me então desconfiado, enquanto vai metendo o dedo indicador no nariz. Paga e corre pela rua abaixo à desfilada. O café fica agora vazio. Sento-me com o Jorge e o Castro a uma mesa. São companheiros de férias. O Zé Manel senta-se também. É conhecido o seu feitio. Tanto ama como odeia e de vez em quando disparata com os fregueses. É então que o Castro começa com este discurso de sacristia, todo ele a “transpirar” de moralidade:
- Sabes Zé Manel, tu és um gajo que tanto te dá para estares “bem – disposto”, como logo a seguir estás com a “mosca”…devias ir tirar um curso de relações públicas…sabes… o cliente tem sempre razão, seja ele português, francês ou “camone”…ainda há dias com aquele inglês…
- Qual inglês?..-pergunto eu a ”arder” em curiosidade…
É então que o Zé Manel de mexe nervosamente na cadeira e diz-me:
- Sabes o que foi Quito? …veio para aí um gajo que já vinha bem “aviado”. “Empinou” aqui mais quatro “girafas” e “aterrou” com a cabeça em cima da mesa e adormeceu. Era meia-noite e o tipo até ressonava. Tentei acordá-lo com “bons modos”, mas como não consegui, fui à cozinha buscar a maior bandeja de alumínio que lá tinha, cheguei-me ao pé dele a atirei a bandeja ao chão com toda a força…
- E ele acordou?
- Claro que acordou. Apanhou um susto e deu um salto tão grande que ia batendo com a cabeça no tecto. Pagou a conta e foi-se embora a resmungar pela rua abaixo aos “Zig-Zag”, tal era a “borracheira”…
Regresso a casa. De minha varanda não vejo o sol a despedir-se de mim na Serra do Moradal, mas a mergulhar naquele mar de um azul infinito que se apresenta aos meus olhos…
Amanhã o mesmo ritual. E à tarde lá irei ter com os amigos, pôr a conversa em dia, no Café do Zé Manel.
Só rezo para que ele não esteja com a “mosca”…
Quito



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Os DIAs 31 .................. DIA DA HABILIDADE

Como o número indica, os seus nativos possuem grande habilidade, capacidade, autoridade, ordem e segurança econômica, e dão mais valor às suas realizações do que a si próprio.
É excelente em trabalhos comunitários ou em conjunto, mas dificilmente se adapta a regras e regulamentos. Como confia em todos, por causa da sua boa fé, normalmente é mal interpretado e enfrenta mais obstáculos que os demais, pois pensa que todos são como ele, honestos, rectos e competentes, o que não é verdade e, assim, está sempre às voltas com problemas financeiros e também profissionais.
O nativo deste dia vive num mundo só seu e a maioria das pessoas tem certa dificuldade em compreendê-lo e para viver bem em sua companhia, a pessoa deve ser leal e compreensiva. Faz amigos e inimigos com a mesma facilidade. São suas características marcantes: trabalhar duro, ser honesto, leal, determinado e econômico.
Jamais esquece um favor ou uma ofensa. Adora um lar e crianças. Sempre que possível, deve-se casar cedo, pois a responsabilidade doméstica lhe é benéfica, trazendo paz e estabilidade à sua vida atribulada. Gosta de viajar e não suporta viver só.
É teimoso e insistente em seus pontos de vista, ficando profundamente desapontado consigo mesmo quando não consegue realizar seus objetivos, levando-o a ter dores de cabeça e problemas cardíacos.

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domingo, 30 de agosto de 2009

Os DIAs 30 ............. DIA DA REALIZAÇÃO

Manifestação, expressão, imaginação, liberdade, prazer em viver e comunhão com todos, são os principais predicados do nativo deste dia.
Detesta ser criticado, pois é altamente sensível e não suporta se ver 'despido' de seus princípios e ideal. O 0 (zero) à direita do 3 (três) mostra claramente que existe uma tendência à auto-anulação, à auto-desvalorização, subestimando-se em demasia.
Precisa constantemente de se consciencializar de seu grande valor e da sua habilidade em superar dificuldades e, principalmente, impor-se antes a si próprio para depois conquistar o respeito e a admiração dos demais. É muito apegado à família e aos amigos; é bom e digno de confiança. Tem personalidade marcante, de certa forma perfeccionista, independente e não suporta ser mandado ou trabalhar em cargos ou funções subalternas.
Caso não seja moralmente desenvolvido, poderá tentar atingir seus objectivos de forma ilegal, fraudulentamente, usando de artifícios pouco convencionais (chegando mesmo a ser cruel), e como não consegue disfarçar seus sentimentos, quase sempre é pego e acaba arruinando-se e arruinando os parentes, principalmente aqueles mais próximos, como filhos, irmãos ou o cônjuge. Fora desse lado negativo, normalmente é compreensivo e tolerante com tudo e com todos (apesar de às vezes pensar que está sempre certo).
Possui natureza jovial, altiva, dotes comerciais e grande capacidade para comandar e para ocupações que exijam sociabilidade e diplomacia. Quando lhe tolhem seus ideais ou frustram seus objectivos, o seu sistema nervoso sofre sobremaneira.

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sábado, 29 de agosto de 2009

Historias do antigamente

Noite de luar...esplanada do Café Abrigo... O Sr. Marques já está a fazer a "caixa"... Nós para variar..na esplanada...preparando mais uma noite de "ócio"!!! Eis que aparece o empregado, de seu nome ???, que se vira para o Tó Ferrão e diz: - Consigo hipnotizar-te em 5 minutos!!! Fico tudo em suspense...mas já conhecíamos os "dotes" de hipnotizador, do artista. Já o tinha dito. O Marques é que não ia muito "à bola" com as suas sessões, pois os clientes "penavam" à espera da bica!!! Mas...preparado o cenário, eis que o se prepara para a sessão! Alguém lhe segreda ao ouvido, para ir na "fita" e se deixar hipnotizar! Claro que passados 2 minutos ojá estava em sono profundo! Grande espanto da malta...e regozijo do "artista"!! O pior viria a seguir... Quando o Marques já "explodia"...e berrava para que ele fosse atender uns clientes...eis que novamente alguém (julgo que fui eu ou o Cardos Dias) diz ao Tó para não "acordar"! Entretanto já lá vão 15 minutos... Combinado!!! O artista tenta desesperadamente acordar o Tó! Mas moita carrasco! Nada! Começamos a ameaçar o artista de que vamos avisar a família (O Zeca Ferrão ainda estava no Café do Silva)...e chamamos o "creme nívea"!!! A aflição é total...transpira por todos os poros...e o Marques também "barafusta" lá de dentro: O cenário é surreal, pois já estamos à média luz...e o Tó não acorda! Nem com os vapores etílicos do Domingos engraixador... Tenho uma ideia luminosa! Digo ao artista que talvez um pouco de água na testa, dê resultado! Vou pedir ao Marques uma cafeteira de água. Serve mesmo a do leite...para os galões! Ainda não lavada, com nata, eis a cafeteira cheia de água! Aqui mais uma vez...se segreda ao ouvido do Tó para que assim que sentir a água na testa, acorde e dê um safanão na dita cafeteira! Bem...camisa branca, cara e cabelos do artista apanham um banho de água leitosa. Mas...uff, o que o artista queria era mesmo acordar o Tó Ferrão! Palmas...e o Marques a fazer a "caixa" ao dito empregado, ou seja, despediu-o nessa noite! Esta é mais uma das muitas do Tó Ferrão & Companhia! Texto publicado a 16jun06 Nota: Confesso que não me lembro do nome do artista.

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Os DIAs 29 ................. DIA DA ESPIRITUALIDADE

Quem nasce neste dia e souber orientar a sua vida para o bem, conseguirá tudo o que desejar, pois o número 29 tem a característica de imprimir força ao nativo. É, um extremista: o 2 e o 9 levam-no ao estado de euforismo ou à melancolia.
Tem grande capacidade auditiva e senso variado de humor, podendo em fracções de segundos ir da alegria contagiante à mais negativa das formas: a violência. É um ser altamente espiritualizado e as pessoas que com ele convivem devem também comungar dos seus ideais, pois caso contrário podem-se tornar seus inimigos. Para conseguir realizar-se usa de imaginação, brandura de modos (quando não o contrariam) além de elevado espírito de conciliação. Como é moral e intelectualmente elevado, usa a fé, o idealismo e o conhecimento inspirado para atingir os seus objectivos, seus ideais.
Sendo extremista, está sujeito a muitas mudanças comportamentais ao longo de sua duradoura vida e, por isso, deve procurar interesses definidos e manter o ânimo calmo e equilibrado, pois a sua normal agitação torna-o disperso, provocando muitos começos e poucos fins.
Há uma grande tendência em se voltar para a religião ou para o esoterismo após os 45 anos e deve cuidar para não cair no fanatismo e também não induzir os demais, pois como é inspirado e cativante, tem facilidade de convencer quem quer que seja. Para ter sucesso na vida, necessita de harmonia em tudo e com todos, pois tem muita dificuldade em se situar no meio termo. 29 é o número do casamento e dos divórcios ou separações.
Pode sofrer inúmeras decepções amorosas e, se encontrar a sua 'cara metade', normalmente casa-se cedo. Porém necessita controlar as suas emoções e evitar atitudes apaixonadas, pois as uniões desfeitas causam-lhe imensos sofrimentos e dificuldades para se ajustar a uma nova relação.
Apesar de ser um pacifista, diplomata e conciliador, pode tornar-se agressivo fisicamente, quando os seus princípios são violados ou as coisas não correm como gostaria, causando-lhe grande perda de energia e levando-o a tornar-se irascível e até insuportável.
As frustrações, desenganos e derrotas eventuais podem causar-lhe perturbações estomacais e demais órgãos do aparelho digestivo, ou mesmo moléstias de difícil diagnóstico e que se curam de maneira misteriosa. Tem tendência à obesidade e, por isso, deve controlar a alimentação e bebida. Fumar lhe é altamente prejudicial à saúde.

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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Inês Sarmento - Faz hoje 25 anos


INÊS SARMENTO
25 ANOS

28-08-1984






O Blog do Cavalinho Selvagem,
deseja-lhe muitos parabéns,

muitas felicidades e muitos anos de vida.

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HELENA OLIVEIRA MATOS - FAZ 58 ANOS

HELENA OLIVEIRA MATOS
( irmã Bobbyze)
FAZ 58 ANOS
28-08-1951

O Blog do Cavalinho Selvagem,
deseja-lhe muitos parabéns,

muitas felicidades e muitos anos de vida.

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O meu Primeiro...... Carocha.

Este Carocha foi o meu primeiro carro e foi adquirido em 2º mão na Auto Industrial.
Era um VW 1300 de cor verde escuro ( garrafa).
Foi com ele que me apresentei na tropa em Outubro de 1967. Muitas viagens fez a caminho da OTA e mais tarde muitas viagens fez para Mira, Figueira e Nazare.
Não sei porquê mas a propensão era sempre pras bandas do mar.Nessa altura estes carros gastavam um bocadinho, mas como a gasolina vinha da tropa e era mais barata e o pessoal ate ganhava bem e tinha bons subsidios, isto dava para tudo.
Num celebre fim de semana que fiquei por Lisboa, o raio do carro andava tão desafinado que chegou a fazer uns 18 litros aos 100 Kms.
Tambem fez umas duas voltas a Portugal. Numa delas e aqui com o Toze Fiscal, percorremos o norte de Portugal parando perto de Amarante para tirar fotos. Doutra vez foi com o Luis Soares que andamos pelo alto Minho, acampando por Viana do Castelo e indo ate Orense para comprar umas coisitas.
Numa outra foi com o Carlos Pires, tambem pelos nortes acampando em Viana do Castelo e Ofir,
Bons tempos

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Duas Paginas do Meu Diario

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PAIXÕES

Lembro-me muito bem dele! Conhecemo-nos quando comecei a trabalhar, por volta do ano de 71. Foi amor à primeira vista.
Não tinha grande figura, é certo, era até pequenito, meio enfezado, mas eu achava-o lindo!
Juntos vivemos grandes aventuras, algumas bem loucas, daquelas que só se fazem na idade em que não se tem a noção do perigo e em que tudo tem um sabor tão especial!
Nesse tempo, com um ordenado bem curtinho, confesso que fazia alguma ginástica para o acompanhar, mas nunca me queixei. Afinal o prazer que ele me dava superava tudo isso.
Convivia bem com os meus amigos, mesmo quando eles o sobrecarragavam demasiado. Recordo um Verão, talvez de 72, em que me juntei com um grupo em Lagos, a Belinha Costa, o Zeca Ferrão, a Graça (hoje Ferrão), uma amiga dela, o Tó Branco...e ele, claro. Durante um mês guiou-nos pela costa algarvia, de uma ponta a outra, cada dia uma praia diferente, proporcionando-nos momentos divertidos, de companheirismo e boa disposição. Sem ele não o teríamos conseguido. Não desta maneira.
Separámo-nos em 77 e fiquei com saudades.
Era o meu Mini Clubman (escreve-se assim?) matrícula EG-37-14.
Titá

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PARQUE DE ÁGUAS ROMANAS-PENELA

No próximo domingo vai ser inaugurado o Parque de Águas Romanas, dedicado á temática romana em Portugal.
Peças dispostas no recinto remetem para a Villa Romana do Rabaçal, a poucos quilómetros de distância, a verdadeira, onde, efectivamente, se encontram os vestígios arqueológicos deixados pelos romanos.
Mas em Penela está uma em miniatura, que certamente pode ser chamada de " Villa Romana dos Pequenitos".
Um bairro romano e o princípio do regadio, aqueduto romano, fórum romano, o campo de futebol com balizas de colunas romanas e a praça dos labirintos.
Há ainda uma praceta multiusos com cafetaria dois lagos com ligação com água a correr.
O que está em pedra no Rabaçal está aqui em madeira.
Este espaço fica junto do Pavilhão Multiusos onde se vai realizar em 17/10 a confraternização Rota do Cabrito de Sicó - 1º Aniversário do Encontro de Gerações.
Mais um motivo de interesse para quem estiver presente nesse dia em Penela!

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Tempo de férias, são horas de lazer.

Praia, parques, exposições, cinemas e museus.
Brincadeira, alegria e algum saber.
É de tudo um pouco que tento forrar as nossas horas, minhas e dos netos.
O laçarote que irá embelezar o dia de hoje foi escolhido em unanimidade, após a observação de alguns folhetos.Lá partimos para a antiga Fábrica da Pólvora de Barcarena., mais um ex-libris do Concelho de Oeiras.
O antigo espaço, restaurado, é aprazível e capaz de satisfazer toda uma família.
Restaurante, dois bares, um auditório ao ar livre, recheado de multiplos eventos, parque infantil, circuito de manutenção e área enorme de belíssimos jardins, sombreado por árvores centenárias.
Logo à entrada, a zona destinada a museu com um espólio de peças e fotos alusivas ao trabalho da referida Fábrica, e um filme a não perder.Duas mulheres ( eu e minha irmã e três crianças partiram para mais uma aventura.
Os miúdos adoraram.
Espero que o mesmo aconteça convosco.
A galeria adjacente à Casa dos Engenhos, edifício onde se encontra hoje o Museu da Pólvora Negra, faz parte do sistema hidráulico da fábrica.
A azenha era uma das peças fundamentais de todo o mecanismo de funcionamento do Engenho de Galgas, utilizado na trituração, mistura e descasque dos três componentes da pólvora - carvão, enxofre e salitre.Eram quatro as azenhas existentes nesta galeria, cada uma delas ligadas por um veio horizontal a dos quatro engenhos, instalados no interior da Casa dos Engenhos.
As azenhas eram alimentadas por água proveniente de um reservatório.
Ao cair, a água passava por um canal acima da galeria e fazia movimentar as azenhas que por sua vez, geravam a energia para o accionamento dos Engenhos.
Nela Curado

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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O Planeta Marte.

Marte
Durante este mês de Agosto, Marte vai aparecer cada vez mais brilhante, culminando o seu esplendor no dia 27.
Estará perto da Lua e brilhará como ela. Nenhum de nós, poderá voltar a vê-lo tão perto da Terra, grande e brilhante. Só em 2287 se repetirá a “façanha”!!!.
Partilhem este EVENTO ÚNICO com os vossos amigos , familiares e netinhos .
Antonio Rui

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ALMOÇO EM OEIRAS

Amizade Indestrutível

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MULHER PARA O MARIDO

Estamos casados há mais de 20 anos e nem uma jóia me compraste!!!

- Sabia lá que vendias dessas ...coisas...

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Obrigado, MÃE......

Coisas que as nossas Mães diziam e faziam...
Uma forma que hoje é condenada pelos educadores e psicólogos, mas funcionou com as gerações anteriores.
Talvez se não tivessem mudado tanto, o nosso mundo estivesse melhor...
(Até a tabuada foi abolida...)

A Minha Mãe ensinou-me a VALORIZAR O SORRISO...
"VOLTAS A RESPONDER-ME E LEVAS NOS DENTES!'

A Minha Mãe ensinou-me a RECTIDÃO...
'EU ENDIREITO-TE NEM QUE SEJA PRECISO UMA CARGA DE PORRADA!'

A Minha Mãe ensinou-me a
DAR VALOR AO TRABALHO DOS OUTROS...

'SE TU E O TEU IRMÃO QUEREM MATAR-SE, VÃO LÁ PARA FORA.
ACABEI DE LIMPAR A CASA!'

A Minha Mãe ensinou-me LÓGICA E HIERARQUIA...
'PORQUE EU DIGO QUE É ASSIM! PONTO FINAL! QUEM É QUE MANDA AQUI?'

A Minha Mãe ensinou-me o que é MOTIVAÇÃO...
'CONTINUA A CHORAR QUE EU VOU DAR-TE UMA RAZÃO VERDADEIRA PARA CHORAR!'

A Minha Mãe ensinou-me a CONTRADIÇÃO...
'FECHA A BOCA E COME!'

A Minha Mãe ensinou-me sobre ANTECIPAÇÃO...
'ESPERA SÓ ATÉ O TEU PAI CHEGAR A CASA!'

A Minha Mãe ensinou-me sobre PACIÊNCIA...
'CALMA!... QUANDO CHEGARMOS A CASA VAIS VER ...'

A Minha Mãe ensinou-me a ENFRENTAR OS DESAFIOS...
'OLHA PARA MIM! E RESPONDE QUANDO EU TE FIZER UMA PERGUNTA!'

A Minha Mãe ensinou-me sobre RACIOCÍNIO LÓGICO...
'SE CAIRES DESSA ÁRVORE VAIS PARTIR O PESCOÇO E EU AINDA TE DOU UMA SOVA!'

A Minha Mãe ensinou-me MEDICINA...
'DEIXA DE REVIRAR OS OLHOS MENINO! PODES APANHAR UMA CORRENTE DE AR
QUE TE VAI DEIXAR VESGO PARA TODA A VIDA.'

A Minha Mãe ensinou-me sobre o REINO ANIMAL...
'SE NÃO COMERES ESSAS VERDURAS, OS BICHOS DA TUA BARRIGA VÃO COMER-TE A TI!'

A Minha Mãe ensinou-me GENÉTICA...
'ÉS IGUALZINHO AO TEU PAI!'

A Minha Mãe ensinou-me acerca das minhas RAÍZES...
"PENSAS QUE NASCESTE NUMA FAMÍLIA RICA É?'

A Minha Mãe ensinou- me sobre a SABEDORIA DE IDADE...
'QUANDO TU TIVERES A MINHA IDADE, VAIS ENTENDER E JÁ SERÁ TARDE DEMAIS.'

A Minha Mãe ensinou-me sobre JUSTIÇA...
'UM DIA TERÁS FILHOS, E ELES VÃO FAZER CONTIGO O MESMO QUE TU FAZES
COMIGO! AÍ VAIS VER O QUE É BOM!'

A Minha Mãe ensinou-me RELIGIÃO...
'REZA PARA QUE ESSA MANCHA SAIA DO TAPETE!'

A Minha Mãe ensinou-me o BEIJO DE ESQUIMÓ...
'SE VOLTAS A ESCREVER DE NOVO, EU ESFREGO O TEU NARIZ CONTRA A PAREDE!'

A Minha Mãe ensinou-me CONTORCIONISMO...
'OLHA SÓ ESSA ORELHA! QUE NOJO!'

A Minha Mãe ensinou-me DETERMINAÇÃO...
'VAIS FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER A COMIDA QUE TENS NO PRATO!'

A Minha Mãe ensinou-me habilidades como VENTRILOQUO..
'NÃO RESMUNGUES! CALA ESSA BOCA E DIZ POR QUE É QUE FIZESTE ISSO?'

A Minha Mãe ensinou-me a SER OBJECTIVO...
'EU CORRIJO-TE DE UMA SÓ VEZ!

A Minha Mãe ensinou-me a ESCUTAR ...
'SE NÃO BAIXAS O VOLUME, EU VOU AÍ E PARTO ESSE RÁDIO!'

A Minha Mãe ensinou-me a TER GOSTO PELOS ESTUDOS...
'SE EU FOR AÍ E NÃO TIVERES TERMINADO A LIÇÃO, ESPERA QUE VAIS VER!...'

A Minha Mãe ensinou-me a COORDENAÇÃO MOTORA...
'AGORA ARRUMA TODOS OS BRINQUEDOS!! APANHA UM POR UM!!'

A Minha Mãe ensinou-me os NÚMEROS...
'VOU CONTAR ATÉ DEZ. SE ESSE VASO NÃO APARECER AINDA LEVAS UMA SOVA!

O b r i g a d o M ã e ! ! !

Paulo Gaspar

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DUAS LUAS EM 27 DE AGOSTO

“Vale a pena”
O Planetario Internacional de Vancouver, da British Columbia - Canadá, calculou a precisão em que Marte estará orbitando perto da terra. Será no dia 27 de agosto de 2009.
Todavia, o mais interessante de tudo é que isto estava previsto em um código Maya, encontrado na piramide ao lado do Observatorio Estrelar em Palenque, Chiapas - México.
Com este cálculo matemático Maya, agora os Mayas estão sendo vistos como os gregos da America, e orgulho da Guatemala.
Pelo menos, quatro ou cinco gerações da humanidade não voltará a ver este fenomeno natural, e poucas pessoas sabem até o momento, embora tenha sido noticiado em 11 de maio de 2009.
Duas Luas no Ceu
No dia 27 de Agosto, a meia noite e meia, olhe para o ceu,
O planeta Marte será a estrela mais brilhante do ceu, e será tao grande quanto a lua cheia, e estará a 55,75 milhões de kilometros da terra.
Não perca!!
Será como se a terra tivesse duas luas, e este acontecimento só se produzirá no ano de 2287.
Divulgue esta informação, pois nem todos terão a oportunidade de rever.

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A Diferença...

Millôr Fernandes lançou um desafio através de uma pergunta:
- Qual a diferença entre Político e Ladrão?
Chamou a atenção a resposta de um leitor:Caro Millôr, após longa pesquisa cheguei a esta conclusão:
- a diferença entre o ladrão e o político é que um eu escolho, o outro me escolhe. Estou certo?
Fábio Viltrakis, Santos-SP.
Eis a réplica do Millôr:

Puxa, Viltrakis, você é um gênio...
Foi o único que conseguiu achar uma diferença!
Parabéns!!!

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Coimbra tem mais Encanto...




Clica AQUI e vais ver a Alma de Coimbra

Coimbra tem mesmo muito encanto!...
Espero que ouçam algumas peças cantadas pelo Alma de Coimbra, minha cidade de juventude e de estudante...
Descubram quem são os Cavalinhos Coralistas
"ALMA DE COIMBRA"

(Registo Biográfico)

1. O Alma de Coimbra, enquanto associação formalmente constituída, é uma criação recente. De início confinado a um grupo de cultores da música e da canção coimbrã, cabia-lhe a participação em actuações de outros organismos de antigos estudantes de Coimbra.

Sem embargo, adquire autonomia bastante para em Junho de 2000 se deslocar ao Canadá, apresentando-se no Jantar de Gala, oferecido ao Corpo Diplomático acreditado em Ottawa, assinalando o Dia de Portugal. Actua ainda em Montréal, na Universidade McGuill, e na Cidade do Québec, na Universidade Provincial.

Em Setembro de 2002, participa, nos Açores, nas “Festas de S. Carlos”, em Angra do Heroísmo. Dois anos depois, em Dezembro de 2004, está em Macau, por ocasião das cerimónias que assinalaram o 5º aniversário da Transferência da Administração de Macau para a República Popular da China. Actua na cerimónia solene da entrega dos Arquivos Chineses, pelos mais altos responsáveis da Torre do Tombo e do Instituto Português do Oriente, ao IACM (antigo Leal Senado). Apresenta-se no Clube Militar e promove o fado e a guitarra portuguesa na Universidade de Macau e na de Hong Kong – aqui, pela mão do Instituto Português do Oriente, através do Leitorado de Português.

Em Junho de 2005, realiza uma “Serenata de Coimbra”, no Palácio da Independência, em Lisboa, a convite da Direcção da Sociedade Histórica da Independência de Portugal.


Ja em 19jan09

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Guerra Colonial - Moçambique

Mueda, mil vezes nos meus sonhos
Já tinha ouvido falar de ti, Mueda, homens que lá tinham estado antes, falavam de guerra, de ataques, de morteiradas, de helicópteros, de aviões, de medo, de mortos e de feridos.Mesmo antes de te conhecer já o teu nome me assustava e ao ser mobilizado para Moçambique, logo se apoderou de mim uma ansiedade enorme, será que iríamos para Mueda, talvez não, Moçambique era tão grande que, só com muito azar iríamos lá parar.Imaginava-te a ser constantemente atacada e com homens de armas na mão junto ao arame farpado, a responderem aos tiros dos guerrilheiros da Frelimo.Foi ao chegarmos a Lourenço Marques, ainda no barco que recebemos a notícia de que o nosso batalhão iria para Cabo Delgado e a nossa companhia para Mueda.Logo à entrada fomos recebidos por uma placa nada animadora:
Bem-vindos a Mueda, Terra da Guerra
Aqui trabalha-se, luta-se e morre-se.
Checa é pior que turra.
Mas tu surpreendeste-me Mueda, tu eras um oásis para nós que vínhamos do mato, cansados, com sede, esfomeados, sujos, feridos alguns, e tu a todos recebias com um sorriso nos lábios, um banho, quando havia água, uma cerveja fresca e o teu aldeamento.Às vezes o oásis deixava de o ser, era a Hora Maconde e vinha aí um ataque à morteirada, mas até isso nos sabia bem, para que os aramistas e aqueles Chicos que nunca saíam do aquartelamento soubessem o que era a guerra.Recebeste-me, um rapaz imberbe e amedrontado, mas a pouco e pouco foste-me moldando, ensinaste-me que um homem sozinho não é ninguém, ensinaste-me a amizade sincera, a solidariedade, a união, o espírito de grupo, o espírito de sacrifício, o respeito pelos outros, mas também me mostraste o sofrimento, a morte, a dor e a parte má que há em cada um de nós. Mostraste-me como os homens são capazes dos actos mais heróicos e altruístas, mas também dos actos mais egoístas e cruéis
.Em Mueda fiz coisas que nunca pensei ser capaz de fazer, fiz coisas sem pensar, fiz coisas por medo, por vaidade, mas também fiz outras por amizade, por solidariedade, por amor ao próximo.Em Mueda fui forte, fui fraco, fui valente, tive medo, matei, morri, chorei, ri-me, cantei, praguejei, comi, bebi, fui feliz. Tantas e tantas vezes fui tudo isso no mesmo dia, só tu Mueda para nos transformares assim.Durante dois anos conheci todos os teus recantos, o Aldeamento, o AM, o fundo da pista, a messe de Sargentos, a messe de Oficiais, a messe do Batalhão, a caserna da Companhia, o Banco, a Engenharia, a Artilharia, o Pelotão de Morteiros, a Companhia de Transportes, o Esquadrão de Cavalaria, o campo de futebol, os postos de sentinela, as valas, os abrigos, os Filtros, as Águas, as tuas cantinas, o China, o Santos, o Serra, a Sara e até o Hospital e o Cemitério. Em Mueda assisti ao mais bonito pôr -do- Sol que vi até hoje, lá longe no horizonte, por sobre o Vale de Miteda, uma enorme bola de fogo a fugir e a esconder-se do outro lado da Terra, e a noite a cair rapidamente sobre o Planalto dos Macondes.Também aí aprendi frases que não conhecia: checa é pior que turra, não há psicola, vai para o mato malandro ou fazer máquina.
Já sonhei contigo mil vezes, Mueda, já contei tantas histórias sobre ti e ainda tenho tantas para contar. Como eu, centenas, milhares de homens têm saudades de ti, contam histórias e sonham contigo. Sonham com o teu cacimbo de madrugada, com as colunas a sair para a picada ainda noite escura, com as tuas manhãs enevoadas. Acordam de noite, ouvindo as saídas dos morteiros, o ruído dos helicópteros ou o rebentar de uma mina.
Que fascínio tinhas tu Mueda, que mistérios encerravas, para que homens que aí enfrentaram a morte, ainda hoje, passados tantos anos, falem de ti com tanta saudade, com tanto entusiasmo, com tanto carinho.
Tuas histórias são contadas à lareira, nos cafés, nas tabernas das aldeias, nos restaurantes mais finos das grandes cidades, todos os dias és falada por tantos homens que por lá passaram e nunca mais te esqueceram, o teu céu, as tuas estrelas, o teu amanhecer, os teus dias enormes, os teus ruídos, as tuas ruas esburacadas, as tuas amizades com um copo ao lado, tudo isso está guardado na nossa memória como um tesouro, que de vez em quando visitamos para matar saudades. Saudades enormes Mueda, da chegada do correio, do içar da bandeira, duma visita ao aldeamento, dum salto até ao AM para ver chegar os aviões ou simplesmente de uma conversa noite dentro com os amigos, sem sabermos se seria a última.E que dizer de uma noite passada com um copo na mão, uma guitarra a trinar e alguém com melhor voz a cantar fados e cantigas da nossa terra, até que já bem noite dentro todos nos sentíamos com voz e coragem para cantar as canções do Cancioneiro do Niassa ou o Fado de Mueda.
Também havia dias bem tristes, quando os helicópteros traziam das picadas ou do mato feridos ou mortos, alturas em que corríamos até ao Hospital, sempre na esperança egoísta de que entre eles não estivessem elementos da nossa companhia. Nessa noite não havia copos, nem cartas para casa, nem sequer conversas, o silêncio tomava conta das flats e das casernas, e cada um sozinho, com os seus pensamentos, tentava resistir o melhor que podia.
Voltaremos um dia, Mueda, agora já não de armas na mão, mas talvez com livros, brinquedos e comida para as crianças, medicamentos para os velhos e um abraço fraterno para todos.
Era assim que deveríamos ter chegado aí, há dezenas de anos, mas não nos deixaram. Talvez agora possamos à noite ver as estrelas em silêncio e sem o perigo de um ataque à morteirada, ou talvez possamos sair pela picada fora a caminho das Águas, apreciando em segurança a paisagem, linda, do Vale de Miteda.Entretanto, vou-te visitando nos meus sonhos, vou falando de ti nos almoços da Companhia ou vou recordando histórias com aqueles, que como eu, te recordam com saudade.Outras vezes vou vendo algumas fotografias que guardo com carinho e orgulho, e que já me têm dado forças em momentos mais complicados, ao olhar para elas e sentir novamente ao meu lado aqueles velhos companheiros de tantas e tantas lutas.
Foste tu Mueda que me ensinaste a ser, o homem que hoje sou, transformaste toda a minha vida, tenho a certeza que parte do melhor que há em mim foi forjado aí, até por isso tu és especial.
Adeus, até um dia, Mueda dos meus sonhos.



publicada por António Silvestre

Etiquetas: Guerra Colonial, Moçambique, Mueda



in "Cacimbo"
de Manuel Bastos

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Gabriel Garcia Márquez, é um dos meus escritores favoritos

Gabriel Garcia Márquez, é um dos meus escritores favoritos, nascido na Colômbia a 6 de Março de 1927, jornalista, activista político, recebendo em 1982 o prémio Nobel da Literatura, encontra-se actualmente a viver em Cuba, lutando contra um inimigo, que desta vez, se tornará difícil de derrotar, o cancro
Aprendi a conhecê-lo através daquela obra inesquecível "Cem anos de Solidão”, que para quem, como eu, viveu em África, me imaginei transplantada para aquelas páginas, vivendo cada uma das situações descritas.Atravessando este ária difícil na sua vida, deixa-nos este testemunho numa carta dirigida aos seus amigos, que por tão real conteúdo, creio que merece figurar neste cantinho do “Cavalinho”:

"Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso, mas pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem. Ouviria quando os outros falam, e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate! Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto, não apenas o meu corpo, mas também a minha alma. Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperava que nascesse o sol. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as
estrelas de um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à lua. Regaria as rosas com as minhas lágrimas
para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas... Meu Deus, se eu tivesse um pouco de vida... Não deixaria passar
um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas. Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo amor. Aos homens provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar! A uma criança, dar-lhe-ia asas, mas teria que aprender a voar sozinha. Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento. Tantas coisas aprendi com vocês, os homens... Aprendi que todo o mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta.

Aprendi que quando um recém-nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, o tem agarrado para sempre. Aprendi que um homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se. São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer…”
GABRIEL GARCIA MARQUEZ

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ESPERANÇA VERDE

Vai ser preciso um lagarto deste tamanho, para devorar os italianos...
Mas em futebol tudo é possível. Vamos a eles SPORTING...
Quito
(foto dedicada ao meu amigo Pedro Sarmento)

APACHES NO REBOLIM

Praia Fluvial do Rebolim com Bandeira Azul


Em pé : Alvaro Pastilha,Carlos Alberto,Fernando Beja, Altenor (Nônô ), João Matias, ???, Jorge Pombalinho,irmão do J. Matias e Fernando Branquinho.
Em baixo: Ramiro Lopes, Pedro Ministro, outro irmão do J. Matias e Polibio Serra
Á frente: Jorge Madeira


Sobre o Rebolim e o Pinhal de Marrocos, também há muito que contar, dos mergulhos em seco ao peixe-à-toca do Branquinho, passando pelo primeiro acampamento selvagem com uma tenda amarela de dois lugares, em que dormíamos todos. Esta tenda, acompanhou-nos depois, em Agosto, para a Praia de Mira, juntamente com uma tenda branca que alguém tinha roubado à “Bufa”, num ano memorável, (lembram-se das francesas?), . Quando chegou um autocarro de madrugada, cheio delas. ? Ninguem dormiu naquela noite no Parque de Campismo.
Só que a noite já vai longa e vou deixar isso (e muito mais) para outro dia.
Um abração
Texto e Foto do Jorge Pombalinho
Já Pub. 4Jun08

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terça-feira, 25 de agosto de 2009

BARRAGEM DE PENHA GARCIA

Carro Florido

A Natureza é assim aproveita tudo.
Gosto desta decoração.
Um Abraço.Tonito.
Boas férias.

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AMANHECER


A pouco e pouco os sons vão-se insinuando.
Muito longe... o ruído ténue de um alarme. Mais uns breves minutos, o que parece ser uma sirene.
A noite fora longa e desastrosa tal a vertigem do sonho entrecortado por pausas do pensamento.
De olhos cerrados tento abstrair-me de tão pesado acordar.
Um roncar leve de uma mota. O rodar dos carros no asfalto. Um zoar estranho e permanente... vai-se adensando.
Os ouvidos não deixam dormir.
Insastifeitas, as pálpebras tentam resistir.

O relógio grande da sala dá seis badaladas.E após cerrado cerco, entrego meu corpo a um novo dia mas, não sem antes... recordar o encosto de um búzio à orelha e nele ouvir o murmúrio do mar.
Que saudades do ligeiro trinar de um pássaro e do cantarolar do galo anunciando o amanhecer.
Dos sons fagueiros dos ventos por entre os fartos pinhais.
Do zoar das abelhas beijando as multicolores corolas e do feio zunir do zangão prestes a dar a sua ferroada.
Dos gonzos mal oleados dos pesados carros de bois e da explosão devida de uma vaca a parir.
Do suave deslizar da água por entre as pedras de um rio e o alegre coaxar das verdes e luminosas rãs.
Do cantarolar das mulheres lavando nos grandes tanques da aldeia e do falar praguejado dos homens, no jogo da malha.
Dos pregões das vendedeiras, e dos jornaleiros anunciando as novidades do dia.
Das gargalhadas das crianças nas ruas e dos últimos conselhos das mães, gritados pelas janelas.
Do repicar dos sinos nos altos campanários, clamando pelos fieis.
Recordações de manhãs que prenunciavam, sempre.... dias felizes

Sete badaladas.
As persianas continuam corridas.
O dia deve estar tiste, pois já é tarde e os raios de sol não conseguem penetrar.
Abertas as janelas, penso... puro engano.
O dia é claro e o sol brilha no ar.


NelaCurado

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PENELA-REGIÃO DE SICÓ

ROTA CABRITO DE SICÓ
1º Aniversário
"Encontro de Gerações"

Informação

Preço / Horários / Ementa
Informação disponível em breve
Listagens ordenadas das Inscrições e Caminheta
no NOVO BLOG exclusivo para este evento

NOTA:inscrições para
239711225-967268971

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A CASA TÍPICA SALGUEIRENSE

Nesta minha peregrinação pelo livro do professor Rafael Agostinho, que vou utilizando como fonte de pesquisa, detenho-me hoje na casa típica de Salgueiro do Campo.
Começarei por vos dizer que a diversificação de profissões, o fenómeno da emigração e os novos materiais de construção utilizados, adulteraram um pouco o tipo definido e uniforme da casa que caracteriza a região. Aliás, fenómeno que se estende a outras regiões do País.
Na zona que se espraia para sul da aldeia, denominada “Poças”, encontramos novos bairros, denotando ideias trazidas de outras partes do país e maioritariamente do estrangeiro.
Porém, o núcleo primitivo e central da aldeia, mantém-se. As casas são feitas de granito e xisto.
Compõe-se de rés-do-chão e primeiro andar. A parte mais habitada da casa é o primeiro andar, geralmente composto de uma sala, quartos, cozinha, corredor e varanda. A sala é normalmente grande e com janelas amplas que dão para a rua. A cozinha é a parte mais frequentada da casa. Ali se cozinha e se tomam as refeições, e, nos rigores do inverno, se passam longas noites ateando a lareira. E é igualmente ali que se combina a faina do dia seguinte, e as famílias, maioritariamente católicas, rezam as suas orações com devoção, em conjunto.
A varanda, com escadas para o quintal, faz também de despensa. Serve igualmente de sequeiro de alguns produtos agrícolas.
Se a família é numerosa, alguns dormem no rés-do-chão. É ali que vamos encontrar a arca do milho ou do centeio. Nas traseiras encontramos as denominadas “lojas”, geralmente frescas, onde se encontram os pipos, as dornas e os utensílios de lavoura.
A batata, semeada e apanhada fruto de aturado trabalho, é espalhada por debaixo das camas ou no forro da casa, onde é metida por um alçapão, pois a maioria das casas, não tem acesso a esta zona da habitação.
Em redor da casa aglomeram-se os palheiros, como complemento de tudo o que é necessário a uma vida de características acentuadamente rurais. Cheira a feno, e ouve-se o bucólico tilintar das campainhas das ovelhas e das cabras. A um canto, a carroça e o burro. Outrora, era o boi que ajudava na faina campestre. Mas caiu em desuso.
Ainda hoje, as pessoas de idade já avançada, geralmente marido e mulher, cruzam-se comigo na estrada, a caminho da horta, com o característico chiar das rodas das carroças e os pachorrentos animais.
São costumes ancestrais, e um dia, à porta da farmácia alguém me disse: estas pessoas não morrem no dia em que vão para o cemitério. Morrem no dia em que deixam de poder ir à horta com a sua carroça e o seu burrito, por limitações de ordem física ou doença impeditiva.
E eu, estou tentado a dar-lhe razão.
Quito

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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

"Histórias de gente simples"


Convite


Disponha-se o leitor a esquecer as agruras da vida, a deixar o stress bem longe, a abstrair-se do barulho da cidade e, a pouco e pouco, ouvir toda a Natureza a tocar, só para si, a mais bela das sinfonias que já imaginou.

Se gosta de ler, leve um clássico e misture o idílio com a leitura.
Acabará por sentir-se onde nunca foi, nem nunca esteve.

A paz invadi-lo-á!...

Sente-se, na pequena ponte de madeira, sobre o ribeirito, com os pés pendentes para a corrente de água que, uns dois metros abaixo, segue o seu caminho, rumorejando no talvegue do riacho.

Contemple o leito, atapetado em tons de verde; nas margens, as torgas e balças que amarinham pelas paredes das hortas, até ao topo.

Junto das poças de água e dos pequenos pegos, onde nadam peixitos e outros anfíbios, crescem carriços e juncos.

As amoras negras, das balças, e as flores de variadas cores das trepadeiras, completam a primeira moldura.

No cimo das paredes, na orla das hortas, filas de videiras, entrecortadas por figueiras, oliveiras, macieiras, marmeleiros e tufos de plantas indeterminadas, têm, como continuação natural, os milheirais e outras culturas da época, que nos meses de Verão enchem as hortas de frescura, junto das correntes de água.

Pelo lado esquerdo, a levada estende-se até ao açude que, àquela hora da manhã, completamente cheio de água, em completa quietude, reflecte o azul do céu.

O sol, que no mês de Agosto se levanta bem cedo, tem certa dificuldade em afastar a neblina matinal – a maresia que desfazendo-se em gotas, deixa tudo a pingar de orvalho -, ergue-se já e faz-se anunciar pelos primeiros raios que, penetrando por entre os pinheiros, vão projectar-se no monte, em frente.

Para lá do açude, na curva da ribeira, erguem-se os cabecinhos, de um e outro lado.

A nascente e poente, partindo da linha de água, elevam-se as encostas, até onde não vemos o cume e tudo está coberto, para lá do bordo das hortitas, de pinheiros, mato e outros arbustos.

À retaguarda, o vale abre-se, pelos brejos, em direcção à aldeia, de onde vem o ladrar dos cães, o balido dos rebanhos e o chiar dos rodados das carroças. Mas, ao longe, nem sequer é ruído de fundo.

Nas proximidades da ponte toma posição a carricita e a megengra, que, juntas com a toutinegra e o cata-piolhos, fazem pela vida, em silêncio, e levam para os filhos, ainda pouco experientes, o que vão apanhando.

Mais além, sobre a esquerda baixa, os melros ensaiam os primeiros acordes, no que são seguidos pelas felosas e balceiras; ao centro, os rouxinóis, que estiveram calados, sob as videiras e na laranjeira, atiram os primeiros trinados melodiosos e sublimes, qual naipe de violinos.

Da direita, vêm os tentilhões e as milheiras, seguidos pelos verdilhões, ferreiros e rabos-vermelhos.

Mais atrás, o trinado, em alegro, dos pintassilgos e, em fundo, um pouco mais longe, a cotovia vem completar o naipe, em perfeita harmonia e angélica sintonia.

Sobre a represa do açude, a arvéloa, qual maestro, agita a cauda, imperturbável à passagem do pica-peixe e, sob o olhar atento do peneireiro, dirige aquela orquestra sinfónica, onde, dos graves aos agudos, dos metais à percussão, não falta nada.

Dos altos, os solos de um gaio e uma pega sobrepõem-se às batidas cadenciadas do pica-pau que vinha dando o ritmo e anuncia a passagem do “molto vivace” para o “moderato”.

As rolas, nos pinheiros, num arrulhar doce, introduzem o “pianíssimo”, serenando as crias, despertas pelo wagneriano gaio.

As cigarras, embora não sendo pássaros, ascendem da surdina, em crescendo, e, no momento mais quente, quebram a quietude.

São secundadas pelos restantes naipes da orquestra e, num final apoteótico, dão lugar ao sol que irradia toda a sua calma e força e convida os intérpretes a um merecido intervalo.

Os sons, as cores e os odores, inundam os ares de frescura e, conjugando-se com a aragem, transformam-se num cenário natural de perfeita harmonia, cuja dimensão e beleza, apenas dependem dos olhos, dos ouvidos …da sua sensibilidade, caro leitor!...

Autor: Jose Marques Valente
Professor, Formador, Comercial e Marketing, Auto-didacta,Contador de Histórias

publicada por:
Jose Leitao-NYC

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