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terça-feira, 30 de junho de 2009

O Chico Torreira e a sua Bandeira da Academica


Numa conversa em comentario do Chico Torreira para o Pedro Pontes
Aceitaria o desafio mas não nascemos com certificado de garantia e embora eu ainda não tenha 100 anos, não consigo deslumbrar quando vai ser a hora Ideal. Assim, quando fomos para o bairro, os nossos Pais e o Sr Reis iam sempre ao futebol em casa, ver os jogos da Académica. Nessa altura ainda o Seu Pai trabalhava na rua da Sofia. Escusado será dizer que eu, miúdo, acompanhava-Os e por isso comecei a conhecer os nomes de alguns jogadores da Académica dos anos 50 e a dizer que esta ou aquela jogada tinha sido boa, o que achavam muita piada. Foi nessa altura que o Seu Pai e o o Sr. Reis me ofereceram uma lindíssima bandeira da Académica. Rectangular como quase todas as bandeiras, de dois tecidos de seda preta que se sobrepunham, nos quais estava centrado dos dois lados o emblema da Académica bordado também em linha de seda mas branca. Contornava a bandeira um cordão de seda branca que se atava em dois lugares rebaixados na extremidade do cabo da mesma e que não devia chegar a um metro de comprimento. Esse cabo era de um castanho escuro raiado de claro ao longo do seu comprimento e pelo que eu deduzo agora, provávelmente encerado mas com um polimento extraordinário. Brilhava. Hoje, bandeiras deste tipo devem ser muito difíceis de encontrar, pois essa mandaram-na fazer. Gostava tanto dela que a levei comigo para a Beira em Moçambique e no dia que a Académica treinada pelo Wilson foi jogar contra o Sporting da Beira, lá estava com a minha bandeira. Como na Beira, não era hábito roubos, nós deixávamos os carros abertos com os documentos dentro do porta luvas. Assim, quando acabou o jogo fui para uma esplanada da praia aonde podia ver o carro, deixei a bandeira enrolada no fundo entre os bancos, para que ninguém a visse e da esplanada ia dando uma vista de olhos. Quando voltei, tinha lá os documentos mas a bandeira nunca mais a vi. Deve ter sido alguém que me conhecia, assim como a bandeira.
Sei que abusei da boa vontade do blog, mas assim o Pedro fica a saber a estória e a mim já não me passa. Por outro lado, dos Seus Pais, só tenho boas recordações.
Um abraço,
Chico Torreira

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5 Comentários:

Blogger Manuela Curado disse...

Sempre que que digo que sou de Coimbra... sinto qua as pessoas me olham de forma especial.
Sempre que me refiro à ACADÉMICA, como meu clube de referência, a mesma sensação...
É estranho... mas verdadeiro.
Será que é despertada pelo o amor intenso com que a ambas me refiro?
Como te entendo, amigo.

8:39 da manhã  
Blogger quito disse...

A Académica é, e será sempre, uma Instituição transversal aos tempos.
É de Coimbra e por isso a amamos.
Não posso deixar de fazer uma referência ao Senhor Pontes e à Senhora Dona Maria José.
Passoas de educação irrepreensível, foram meus amigos e vizinhos que deixaram saudades.
Um abraço Pedro Pontes.

9:34 da manhã  
Blogger Manuela Dias disse...

Quito
Tens que me explicar quem são esses senhores,pois não me consigo lembrar.
Encontro muita vez o Sr.Reis,mas estes últimos dias não o vi,senão ter-lhe-ia perguntado.
Nela Dias

3:02 da tarde  
Blogger Manuela Dias disse...

Chico
Isso para mim era terrível,sei que todos os bens materiais são substituiveis,mas a bandeira que tinha sido oferecida e que por certo no teu coração encurtava a distância entre ti e Coimbra,era algo precioso demais...
Nela Dias

3:08 da tarde  
Blogger celeste maria disse...

Também recordo com muita ternura o casal Pontes.
Também,muitas vezes fui à rua da Sofia comprar tecidos.
Também me entristeceria muito o facto de me roubarem uma bandeira,uma simples bandeira,mas que me dizia tanto!

6:43 da tarde  

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