<

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Recordando os Primordios

Selvagens (não prefixo com o termo Cavalo para que as senhoras se aproximem destas conversas),
Calma!!! Anda tudo baralhado! ESTA Nela morava mesmo na Praça dos Baloiços com a mana. A OUTRA Nela (Curado) morava mesmo na Rua de Moçambique, com a mana!
Agora respondo ao pedido da Nela (Sarmento), embora não saiba das cachopas que refere e de quem me lembro bem.
Manda a minha jovem idade, que tenha tido também como professor primário o Professor Alberto Martins (vulgo Teórico, sabia tudo sobre a Briosa!) na escola que ficava na Rua do Volta a Trás, alcunha que recebeu por razões óbvias. Aí moravam o Martins (vulgo Estaca) e o Ni Bomba. O meu querido professor era o treinador de basket da Académica e, naturalmente, era alto. Tinha também um vozeirão que parecia um trovão. E nestas coisas a proporção conta e acrescenta uma nova dimensão à diferença, pelo que eu vivia um pouco aterrorizado com o homem. E mais fiquei quando o grande educador, ao verificar que eu era manifestamente canhoto, berrava "Ernestôôô!" obrigando-me a escrever à direita. Como se eu tivesse lepra. Sou canhoto, até na vida, mas não sou sinistro! O resultado está à vista: fiquei com os hemisférios baralhados e agora o lado racional e o afectivo tropeçam sistematicamente um no outro. Será por isso que adoro estas conversas revivalistas?? Mas o homem ainda me persegue. Todos os que por cá ficaram conhecem o expoente máximo do modernismo que é o Centro Comercial Dolce Vita. Lá se encontra uma loja de desporto da Sport Zone. Não é que puseram lá fotos gigantes das equipas da basket da Académica (masculina e feminina) e de repente dou com um tal Professor Alberto Martins de dois metros a olhar para mim? E eu? Dei um salto e mão esquerda atrás das costas... Chegado a casa diz a mulher: "estás esquisito! Se queres imitar o Napoleão a mão era à frente!!". Traumas.
Gaita. Lá comecei a divagar...
Voltando à Escola Primária. O Alberto Martins também tinha coisas engraçadas. Lembro duas. Não usava relógio! E por isso gritava do andar de cima (onde estavam os rapazes, nada de misturadas) cá para baixo, onde a mulher tentava ensinar algo às moças do bairro (coisa difícil): "Ó Ritinha, que horas são?". Nós depressa apanhámos o tique e, como as crianças são naturalmente más, sempre que queríamos chatear um rapaz menos, digamos, macho, era gritar para ele: "Ó Ritiiiiinha, que horas são?".
Outra. O homem depois de almoço tomava a sua bica (não sei se no Senhor Silva ou no Abrigo) e invariavelmente chegava com um pastel de nata na mão, para a Ritinha! Grande momento de ternura.... Tentei isso com a minha primeira namorada a sério (?!) e não funcionou: disse que preferia um jesuíta! Daí ter partido para outra, porque verifiquei logo ali que a cachopa era, e queria continuar a ser, casta. Não revelo nomes, nem digo se a minha previsão se verificou!
Termino que estou de malas aviadas, mas antes um pedido: ninguém conta histórias célebres no café do Sr. Silva? Os jogos de damas!!! Foi nesse café que eu aprendi, ainda muito puto, o conceito de auto-gestão! O homem jogava às damas e a rapaziada tirava bicas e ia aos pasteis.
Texto do Ernesto Costa (ako Jó-Jó) de 19maio2008

Etiquetas:

2 Comentários:

Blogger Jottta Leitte disse...

JoJo!
Sera que os anonimos e os pseudo qualquer coisa ainda nao entenderam que a vida se torma muito mais gratificante com estas tuas/nossas recordaçoes de adolescencia???

Acabo de ler o conto do Quito...e ambos, a par de muitos outros, que espero voltar a ver por aqui, nos tragam boas recordaçoes! Obrigado!
Um abraço
De NYC Jose Leitao

11:46 da tarde  
Blogger Jottta Leitte disse...

Claro que me refiro à "vida do blog"...pois a outra terá outros valores!!!
Jose Leitao

1:45 da manhã  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

Powered by Blogger

-->

Referer.org