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sábado, 28 de fevereiro de 2009

ESPAÇOS DE PRAZER

Gosto de visitar Lisboa, com o intuito único de decifrar o modo de vida presente e passado.
Curiosa fiquei...ouvindo na rádio um programa, sobre a existência de estudos sobre espaços de prazer, efectuados por historiadores de renome. Ouvindo, tirei apontamentos.
Espero que gostem, tanto quanto eu.
Estala a primeira guerra mundial. A aristocracia sofre revés económico, sendo obrigada a vender seus palácios.
As pessoas estão ávidas de um vida intensa. O Rossio torna-se um grande centro de botequins e cafés.
Surgem grandes empresários de prazer que dão a Lisboa uma nova dinâmica, importada das grandes cidades europeias.
Emblema deste época é o Palácio do Marquês de Castelo Melhor( símbolo do iluminismo do sec. XIX), mais conhecido por Palácio da Foz, aos Restauradores.
É comprado e transformado no primeiro e mais luxuoso Clube de Lisboa, tendo até, um electricista de serviço, a fim de acautelar o funcionamentoo das primeiros "efeitos psicadélicos". Na sua ornamentação, colabora Malhôa.
Mais acima, o Consulado Espanhol , passa a "Espaço Mayer".
Nas Portas de Sto. Antão (actual Rua do Coliseu), surge o primeiro centro de prostituição francesa com as célebres "Papillon". É o "Club Palace", cuja dona se torna, da mesma nacionalidade, na primeira retalhista de "coca".
Em 1913, mais dois palácios passam a "Politeama" e a "Magestic Monumental" ( Casa do Alentejo), este último idealizado por Siva Junior (visionário que falava com Atlanta e extra terrestres) mas que faz obra notável.
E ainda, o "Bristol Club", (actual sede do BENFICA), preciosamente concebido e decorado pelo arq. Carlos Ramos, Almada Negreiros, Mário Freitas Ribeiro, entre outros.
As Portas de Sto. Antão, passam assim, a ter os primeiros Casinos de sexo e prazer.
São o principal centro de jazz (importado de Nova Orleães), fox trott, estupefacientes e alcool.
Tudo isto em Palácios de grande valor patrimonial.
Se conseguir levar alguém atrás dos meus devaneios históricos... tenho mais para contar sobre este assunto....
Nela Curado

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6 Comentários:

Blogger Quito disse...

Nela
Parabens!!!
Muito interessante este texto.Li com prazer, obrigado...

10:51 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Querida Mana
Que bom recordares a minha terra...se quiseres saber bem mais recomendo-te uns livros da Marina Tavares Dias-Lisboa Desaparecida, profusamente ilustrados e que ~já vão no nono volume...é a habitual prenda de natal (ou anos) do meu filho mas velho...e assim vou alimentando a memória da capital...
mário pinheiro de almeida

11:52 da manhã  
Blogger olinda Rafael disse...

Nela

Foto de aristocrata!!!
ou acabadinha
de ser "condecorada com a facha do
cavalinho selvagem" pelo seu Presidente Àlvaro Apache pela tua
reconhecida participação e amizade,
nesta "comuna" de "bairrinos".

Li o historial sobre a capital e
foi uma mais valia para mim.

Olinda

2:42 da tarde  
Blogger MAC disse...

Para o mesmo efeito recomendo vivamente Gervásio Lobato, jornalista, escritor que em "Lisboa em Camisa" retrata os ridículos da sociedade da sua época, século XIX. Uma leitura muito aprazível e que por certo irão gostar. Compôs também algumas peças teatrais e operetas, com a colaboração de D.João da Câmara levou à cena "Cocó, Reineta e Facada", o "Solar dos Barrigas", "O burro do Sr. Alcaide"...

Mariazinha da Silveira

3:19 da tarde  
Blogger celeste maria disse...

Foi um prazer ver esta fotografia da eleição da MISSE SIMPATIA.

Quando tiver a coroa será a Rainha do Bairro e de Oeiras,daqui e de além!

6:59 da tarde  
Blogger Manuela Dias disse...

A História é uma ciência. E tal como outra ciência social e humana (economia,direito,sociologia,filosofia,etç ),não é passivel de fantasias,pois também ninguem tem fantasias médicas,quimicas ou electrotecnicas,por exemplo.Isso,só no chamado campo das artes,nomeadamente na literatura,na poesia,que não exigem preparação cientifica especifica.
A " Belle Epoque " como os franceses lhe chamam coincidiu na Inglaterra,em parte,com o reinado da Rainha Vitória,pelo que os ingleses designam por época vitoriana, e o inicio da primeira Guerra Mundial.
Ora é nesta belle epoque ou época vitoriana,tempo de grande avanço económico,técnico (aparece o automóvel ) e cientifico (aparece a aspirina ) que nos paises mais progressivos da Europa,surgem as casas de prazer de luxo.É evidente que Portugal não podia escapar a essa onda.Só que como em vários aspectos,fomos os últimos.Assim,elas apareceram de facto após o inicio da 1ª Guerra Mundial (para nós a Grande Guerra ).E,essas casas foram instaladas em Palacetes duma aristocracia abalada economicamente pela implantação da República e pela Europa conturbada pela Guerra.Devo dizer que os nobres,não só se desfaziam das casas como também do recheio que era vendido separadamente do imóvel.
As Casas de prazer,umas mais outras menos luxuosas, encerraram com a lei de 1963,no aqui então chamado país continental.
As casa de prazer de Lisboa,especialmente na segunda metade do século XIX,eram compostas sobretudo de prostitutas espanholas,muito apreciadas pelos " clientes " portugueses,facto que ressalta em algumas obras de Eça de Queiróz,às quais ele dava o nome de LOLA quando alguma se envolvia com uma das suas personagens masculinas.
Em Coimbra até 1963,havia duas casas.A mais conhecida,ficava numa esquina da Rua Direita,chamada de MUSEU.Neste "museu " se "iniciavam" os rapazes quando vinham às inspecções militares.
Algumas prostitutas do museu fizeram casamento com estudantes de Coimbra,que depois de formados as vinham buscar.Eu conheço alguns casos,mas como é evidente oculto as suas identidades.Apenas posso dizer que essas senhoras,que o foram com S grande,foram excelentes esposas e extremosas mães.Provaram que por vezes a vida é ingrata e os caminhos que as pessoas trilham nem sempre são aqueles que intrinsecamente desejam.

Nela Dias

1:39 da manhã  

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