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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O Verme

Existe uma flor que encerra
Celeste orvalho e perfume.
Plantou-a em fecunda terra
Mão benéfica de um nume.

Um verme asqueroso e feio,
Gerado em lodo mortal,
Busca esta flor virginal
E vai dormir-lhe no seio.

Morde, sangra, rasga e mina,
Suga-lhe a vida e o alento;
A flor o cálix inclina;
As folhas, leva-as o vento,

Depois, nem resta o perfume
Nos ares da solidão...
Esta flor é o coração,
Aquele verme o ciúme.

Machado de Assis

4 Comentários:

Blogger Rui Felicio disse...

Oh ciúme, Oh verme!

5:23 da tarde  
Blogger Manuela Curado disse...

Estou contente porque alguém, finalmente, entendeu o meu texto.
Machado de Assis, já o conhecia...
Alvaro, só podes ser tu!...
Todos os outros fingiram desconhecer a palavra...

5:46 da tarde  
Blogger Manuela Curado disse...

Vitor, já te descobri... Foste tu que me trouxeste Machado de Assis. Obrigada amigo. Então em vez de um, há dois!...Ainda mais contete, fico.

6:46 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Verme devastador!...
Juju.

8:22 da manhã  

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