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domingo, 31 de agosto de 2008

DAISY

PORQUE FUI A MIRA

Quando disse que iria a Mira, uma “cavalinha” amiga comentou: “Eu não vou porque não conheço quase ninguém…” “Mas eu, vou!”, afirmei. “Mas eu conheço mais gente do que tu!” E era verdade. Para além da , do Rui Pato e do JóJó, eu não conhecia mais ninguém. “Eu vou a acompanhar o Alfredo”. Não era verdade, eu ia porque tinha muita curiosidade em conhecer, pessoalmente, os cavalinhos que me contam histórias, Sempre gostei muito de ler histórias.
Fui criada no seio de uma família que não tinha nenhum licenciado em Coimbra, nem nenhuma ligação física a Coimbra. Mas lá em casa, havia livros sobre Coimbra, que eu devorei na minha adolescência, desde o “In illo tempore” até ao “Palito Métrico”, passando pelo “Livro do Dr. Assis”. Estes livros fazem parte, agora, da minha biblioteca.
E quando em 71 prescrevi a Anatomia Descritiva e tive que mudar de Universidade, Coimbra surgiu como uma coisa boa e não um castigo.
A família Vasconcelos era parente de família amiga e lá fui de livros e bagagem, para a Praça da Ilha da Madeira.
A primeira surpresa foram as pessoas. Conheci logo a Jú, que era minha colega de curso e me cativou por aquela alegria e vontade de viver que transmitia.
Na Faculdade, as pessoas confiavam em mim como se me conhecessem de longa data! Emprestavam-me sebentas, livros, apontamentos, sem me perguntarem a morada ou o número de telefone!... Isso era impensável em Lisboa, onde me relacionava apenas com três ou quatro colegas.
Nos primeiros meses, não frequentei muito o Bairro. Era caloira estrangeira e despertava muita curiosidade.
Curiosamente, comecei a andar mais pelo Bairro, quando conheci e comecei a namorar com o Alfredo, que não era do Bairro!
Conheci então a Maricota, a Zeca, a Candita, a Belinha, a Talinha. É curioso que o Alfredo se dava mais com meninas do que com rapazes (…). Mas também conheci o Lino Zé, o “Che” Neves, o Tó Ferrão e tantos outros que são, ainda hoje, os meus amigos de sempre.
Já não vivi as histórias das trupes dos Apaches, já não conheci “O Greco”, mas ainda fui a alguns bailes nas garagens.
Fiz Anatomia logo na primeira época, mas gostei tanto de Coimbra, que fui adiando o meu regresso a Lisboa.
Pressionada pela família, no 4º ano voltei a casa, acabei o curso no Santa Maria mas, um mês antes casei-me com o Alfredo, e criei raízes em Coimbra.
Fiz troca com a Graça Couceiro e consegui regressar.
Sou posterior aos anos 50 e 60, época da maior parte das histórias deste Blog, mas revejo-me em muitas porque Lisboa também tinha os seus Bairros onde os miúdos brincavam na rua, como a minha, jogos da “macaca”, “um-dois-três batatinha frita”, “minha mãe dá licença”.
Também tinha a D. Aldegundes que apanhava malhas das meias, à janela.
Gosto muito de vos ler.
E gostei muito de conhecer o Álvaro Apache, o Pombalinho, o Rui Felício, o Rafael, a Celeste e de todos os outros.
Gostei de rever o Big John, que imaginava grande e gordo. Está grande… mas muito elegante.
Gostei muito de vocês todos…
Só não gostei que me comessem o leitão!...
Um beijo para todos,
Daisy

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5 Comentários:

Blogger Rui Felicio disse...

A Daisy, que só conheci ontem em Mira,´é, além de bonita, uma pessoa de grande simpatia com quem é fácil e agradabilissimo conversar.

10:14 da tarde  
Blogger Unknown disse...

Pois é Felicio, tens razão. Mas foi a Daisy que me responsou o leitão e que me fez tão mal ao figado.
Mas ja lhe perdoei pois já estou pronto para outra
Os sulfitos da pinga do To Melo e Silva é que estavam de valores elevados.
Se não fosse a Juju mandar-me respirar fundo nem sei o que seria de mim....eheheheh
Velho Apache.

11:02 da tarde  
Blogger Rui Felicio disse...

Reli agora com mais calma este texto da Daisy que, na sofreguidão das noticias em catadupa que têm aparecido no blog, ainda só tinha lido de forma apressada.

É um orgulho para qualquer coimbrão de gema como eu sou e sempre fui, saber que a Daisy se apaixonou pela minha cidade e pelo romantismo das suas tradições.

Realmente, ninguém ficava indiferente ao sortilégio de Coimbra, mesmo aqueles que nasceram, cresceram e estudaram numa grande cidade como Lisboa.

Podemos sair de Coimbra, mas Coimbra não sai nunca de nós.

Ganhámos a Daisy, mas a Daisy ganhou o Alfredo, o que não é coisa pouca...

5:32 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Eu nasci em Lisboa, mas considero-me de Coimbra, e do bairro, apesar de ter vivido por santa justa e montes claros; estudei em coimbra e em lisboa, mas não se comparam os ambientes....Coimbra para sempre!!!!!!

6:13 da tarde  
Blogger Rui Pato disse...

Deixa lá Daisy; em Outubro, além dos leitões mortos e assados, vais ter um Leitão vivo e importado dos USA!

12:19 da tarde  

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