<

segunda-feira, 30 de junho de 2008

"REPTO " dos ASSALTOS aos galinheiros do Bairro.

Meus caros
Já lancei o "repto" dos ASSALTOS aos galinheiros do Bairro...e arredores - Anos 60 !!!
Contudo...ou por "vergonha"...ou por outra razão qualquer...ainda ninguém se chegou à frente, como soi dizer-se!!!!
E não eram só os Apaches!!!!??? a praticar tais "assaltos"!!!
Assim e para "avivar" memórias...uma história verídica, dos anos 30...em que o Cavalo Selvagem era (seria) um grande olival...e da linha do comboio (sinaleiro)...toda aquela zona era bem fornecida de capoeiras, portanto de bons galináceos.
Aqui vai ...em memória de um ilustre beirão!!!!
Nota: Já publicado no meu Blog...

"COIMBRA DE CAPA E BATINA"

Coimbra
Nada como recordar...tempos...anos 20/30...
Uma República que começou por ser uma casa familiar e depois se transformou numa REPÚBLICA... cuja casa ainda hoje existe... lá prós lados do ONIÃO...ou seja na Rua da Fonte do Bispo!


Mas...para que conste:
"Coimbra de Capa e Batina"

Era ao tempo, aluno de Medicina da mui nobre Universidade de Coimbra um rijíssimo beirão de nome Agostinho Antunes, natural e baptizado numa aldeia da Serra da Estrela (Alvôco das Várzeas).
Foi ao seu tempo um dos maiores blaguers de Coimbra, onde deixou bem vincada a sua passagem com tremendas e bem urdidas partidas, que durante anos viveram presentes na memória de todos os que a elas assistiam.
Retirado do bulício da Baixa, isolado entre oliveiras e pinheiros - paisagem rústica que a todos os momentos lhe lembrava a terrinha - o Agostinho Antunes instalou-se na Fonte do Bispo entre o Calhabé e Arregaça. No seu "202" de fóra de portas, contemplava as curvas caprichosas do Mondego, via lá em cima as paredes acinzentadas do Seminário, ouvia os sinos em Santa Clara e era vizinho do comboio de Lousã, que em certa altura passou a ser o clássico despertador do Agostinho Antunes, quando a guarda da linha fechava as cancelas para dar passagem ao comboio das 5 horas da tarde. Muitas outras coisas se viam e observavam das janelas da casa da Fonte do Bispo, mas o que maior valor lhe dava, era uma pequena fresta rasgada num dos lados, pela qual, no dizer do Agostinho Antunes, se verificava o fácil ou difícil acesso às capoeiras das redondezas.


Ponto estratégico de grande finalidade mastigativa, era de lá que, a olho nú, se lavrava a sentença de pena capital aos galos que cantavam às 7 horas da manhã, criminosa falta de consideração para com as reparadoras sonecas dos ínclitos doutores daquela área.
Muitas vezes pagaram as galinhas pelos galos, mas isso não fazia ao caso. Tudo eram penosas que lubrificadas com temperos e lume brando, forneciam os princípios alimentares, necessários, para uma ceia no Rôxo.
A vida desta casa começou por ser pacatamente familiar e norteada pelo espírito metódico organizador do José Antunes, irmão do Agostinho.
Comia-se a horas certas e uma visita feita às dependências da casa, dava a certeza que tudo estava completo e até os próprios móveis tinham feito a viagem de regresso, graças ao método do José Antunes, que ao prego os foi buscar no princípio do ano.
Mas durou pouco este ambiente familiar e ordeiro da Fonte do Bispo.
Como por encanto, ela transformou-se numa autêntica República de estudantes, e nada pôde obstar à sua requintada desorganização.
Agostinho Antunes acolitado pelo Zé Barateiro, também estudante de medicina e valente corno as armas, constituíam um famoso par de estudantes, que escreveram na história académica de Coimbra volumosas páginas de audácia e coragem, de folias e irreverências.
Vamos arrancar aos seus passados um pedaço dessa doida mocidade que todos têm na vida e que eles tiveram também, duma forma exuberantíssima.

Habitava ao tempo para as bandas do Calhabé, um respeitadíssimo coronel do exército, pessoa de larga consideração, vastos conhecimentos e grande influência.
De vez em quando recebia presentes de agradecimento, geralmente constituídos por riquíssimos galináceos.
Graças a estas provas de gratidão a capoeira do Coronel aumentava dia a dia extraordináriamente, tanto em qualidade como em quantidade.
Da Fonte do Bispo, Agostinho Antunes, assistia ao aumento constante de todo este recheio e no seu cérebro germinava uma ideia, uma grande ideia: - saquear a capoeira do coronel e, podendo ser, uns piruns que habitavam numa outra dependência da casa. Aprovado o plano em assembléia geral e encarregado o Zé Barateiro de proteger com o seu murro forte e desbravado a integridade física dos operadores, eis que uma noite escura e glacial, as numerosas galinhas do coronel, desapareceram e seguiram rumo desconhecido. Nada menos de 37 voláteis foram como que volatilizados e liquefeitos e estupendas canjas que a rapaziada saboreou e às quais não foram estranhos os temperos da mercearia Rôxo - local de todas as reuniões - e até as próprias panelas da sua cozinha.

No dia seguinte, logo pela manhã, sendo um hábito matinal da criada do coronel, constatou que tinham desaparecido os galináceos incluindo 3 galos que dominavam a capoeira com as suas penas amarelas e as cristas de sangue.
Aflita vai avisar o seu amo e senhor, tendo este com os seus próprios olhos verificado a veracidade da má notícia. De imediato resolve comunicar à polícia para esta descobrir o autor ou autores de tal proeza.
Chefia ao tempo um tal Florêncio Henriques que logo colocou em campo os seus mais hábeis agentes, para descobrirem quem se tinha regalado com os galináceos do coronel.
Foi preso o estudante Agostinho Antunes, por que as suas proezas nesta matéria eram bem conhecidas e havia que desconfiar.
Uma vez na esquadra, começou o interrogatório feito por um polícia que, todo boas maneiras, lhe diz:
- V.Exa sabe porque foi preso?
- Não sei.
- Ora, ora não sabe! è por causa daquela brincadeira das galinhas do coronel. O senhor coronel só quer que lhe paguem as galinhas e promete nada de procedimentos criminais. Afinal nada mais justo! Os senhores roubaram nada mais nada menos do que 37 galináceos...
- O que o senhor policia está para aí a dizer é grego. Não percebo nada.
- Bem, talvez lhe mostrando umas coisas que aqui tenho na pasta, recorde melhor do que estamos a falar.
E mostrando umas penas de galinha e de galo:
- Então não se recorda disto? Vá lá, confesse!?
- Cada vez estou mais a zero.
- Ora diga-me, onde passou a noite de 27 par 28 de Novembro?
- Eu sei lá!
- Sabe , sabe, é que foi nessa noite que o senhor estudante e os seus companheiros assaltaram a capoeira do senhor coronel.
É melhor confessar, para si e para os seus colegas, pois senão confessa hoje, confessa daqui a 2 ou 3 dias, pois não sai daqui sem confessar!
- Oh senhor cívico, não me mace se faz favor!
Bem, como se chama?
- Agostinho Sebastião Marques Antunes. O guarda escreveu Sebastião com um s, o que levou Agostinho Antunes a dizer-lhe:
- Se não emenda isso que está mal escrito, não digo mais nada!
- Então o senhor estudante não diz nada? Então vai recolher aos calabouços.
- Bem, nesse caso, sempre me resolvo a dizer mais alguma coisa…
- Está a ver? Assim melhor para si, dizia o cívico acompanhado de outros que esfregavam as mãos de contentes.
- O Agostinho Antunes imperturbável e com um ar de investigador, logo ali, invertendo os papéis, dirige-se ao polícia que o tinha interrogado e e pergunta-lhe:
- Faz-me o favor de me dizer onde passou a noite de 27 para 28 de Novembro?
- Não sei!
- É que eu desconfio que quem roubou os galináceos foi você e estes tipos que estão aqui ao seu lado.
Custou-lhe a brincadeira 8 dias de incomunicabilidade, ao fim dos quais foi posto em liberdade por falta de provas.
Passados dias o Coronel recebia a seguinte carta:

Senhor Coronel:
Vossa Excelência está a tratar-se mal e isso prejudica-nos grandemente. A sua capoeira, agora, de capoeira só tem o nome. Precisamos todos nós e V.Exa de galinha.
Do mirante da Fonte do Bispo, eles tinham verificado que o coronel, segundo o ditado: o seguro morreu de velho - tinha transferido a capoeira para outro sítio inacessível.
Metade dos galináceos foram comidos numa noite na Republica, numa tremenda ceia, presidida pelo Agostinho Antunes, Elísio da Fonseca, Zé Barateiro, Luiz Portugal e outros.
Durante dias foi o assunto da Academia, o roubo das galinhas do coronel e a resposta que Agostinho Antunes tinha dado ao polícia.
A casa da Fonte do Bispo, estava definitivamente transformada em Republica e, do seu mirante, outras capoeiras foram julgadas e condenadas à evacuação.
In "Coimbra de Capa e Batina"
UM GRANDE ABRAÇO
De JOSE LEITÃO

17 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Pelo mesmo passou o galinheiro do padre aníbal pacheco, com o próprio dizendo na homília: assaltaram-me a capoeira e só lá deixaram os pescoços; quem foi não sei, mas que ouvi isto na missa do meio dia, isso ouvi!!!

11:22 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Oh Leitão, mas para contar o assalto ao galinheiro do Mourato, não preciso de tanta lengalenga.
Irei contar um dia mais tarde e com boa disposição, pois o Carlinhos Mourato queria alinhar num assalto à capoeira da vizinha, mas quem se tramou, foram as galinhas e o galo dele.
depois em Ceira em casa do Jorge Lopes, foi ate as tantas. A policia tambem tomou conta da ocorrência. Por pouco, quem ia sendo preso era o Mourato que era o dono das galinhas.
O Felicio está a preparar um nos Combatentes com o Gomes de Arganil.

11:24 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

oh Mario ja nos estas a descobrir a careca.

11:25 da tarde  
Blogger Jotta Leitao disse...

Puxa!!!
Finalmente...

Espero que ainda sobrem alguns galináceos para o dia 18 de Outubro!!!

ehehe

José Leitão

11:33 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Onde se lê ONIÃO deve ler-se UNIÃO!

11:48 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Nós tinhamos, nas traseiras do nosso prédio na Pedro Álvares Cabral, uma pequena capoeira, com uma ou duas galinhas.
As dimensões do galinheiro não davam para mais e ainda bem, senão o prejuízo teria sido maior. Também uma noite, lá ficaram só as penas.
O resto dos galináceos desapareceu.
Será que alguém se acusa? Ou alguém destapa a careca do vizinho?

Um abraço,
Isabel Parreiral

12:08 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Este Agostinho Antunes era contemporaneo na Tv. da Fonte do Bispo dos filhos do Sr. Alvaro Ramos dos bigodes- o Artur Tara e do Jose Rodrigues que vieram a viver no Bairro.

12:12 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Eu me confesso!

Um belo dia...ou melhor uma bela noite,na Pedro Álvares Cabral...mais ou menos a meio...rampa para as garagens (Kamuc?)...entrei num galinheiro e...sai-me uma coelha "prenha"!!!
- Cheio de remorços...voltei ao "local do crime" e voltei a colocar a coelhinha nas palhinhas!!!


El Pilha Galinhas!!!

12:15 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Pareced-me que no dia 18 vão aparecer uma série de carecadas...

11:26 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Oh Leitão deixa lá os galináceos para o dia 18...põe-te mas é a pau, pois se faltarem os ditos leitões, marchas tu....

11:47 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

piada foleira!!! - Ó MPA vê lás e te cai o dentinho!???

12:01 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Por acaso até já cairal dois....ahahahahah

1:04 da tarde  
Blogger Rui Felicio disse...

O Luis Filipe a que o Alvaro se refere, foi meu colega na faculdade. Era de Arganil e viveu ao fundo da Rua dos Combatentes.

Tinhamos um pacto de grande amizade:

- Ele assessorava-me nas francesas
- Eu assessorava-o nas galinhas

Portanto que fique bem claro.. Eu nunca roubei galinhas. Dava apenas apoio logistico para o transporte.

O especialista e altamente viciado era ele.

Usava duas técnicas muito eficazes:

a) a técnica do alfinete que delicadamente espetava na cabeça da ave para depois a transportar já adormecida ou morta.

b) a técnica do poleiro que consistia em encostar um pau às patas do animal no qual este se empoleirava deixando-se assim transportar em silencio.

Rui Felicio

1:41 da tarde  
Blogger Rui Felicio disse...

O Alvaro escreveu Gomes mas a personagem é a mesma:

LUIS FILIPE GOMES

1:43 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Aquele em vez de pilha galinhas devia era chamar-se Pila Coelhas.

3:53 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Já agora tomem lá mais esta!

O episódio da coelha "prenha"...marcou-me pra vida.

Passados uns 20 e poucos anos (1968...1989/90)...fui "administrador" de uma casa/repulika de estudantes na Daniel de Matos!

De vez em quando era convidado para faustos jantares com a malta!

Um belo fim de semana, aparece um deles com um coelho bem vivo, que a mãe ou namorada (?) lhe tinha dado!?

Quando já se lavrava a "pena capital" do Magalhães (assim foi baptizado o dito coelho)...eis que surjo EU...e após grande "oratória" do Mestre...o Magalhães escapou a tal crueldade!
O tanque de lavar a roupa, na marquise, era a sua "suite"...sempre bem alimentado de couves e cenouras!!!

E durante um ANO...o Magalhães só saía às 5ª feiras à meia noite, para ver o canal Playboy na TV...! Tinha lugar previligiado no centro da mesa da cozinha!

El Pilha Galinhas

6:54 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

ai ai agora é que me descobrem a "careca"!! ehehheh

6:58 da tarde  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

Powered by Blogger

-->

Referer.org